21 setembro, 2011

Couro de Ouro

Eu sei que Tu agora estás na vida boa
sei também que teu vintém não é pra mim
que passas horas do relógio bem atoa
arranham unhando o gatão do tamborim.

E não volte a dizer que sou otário
mais um babaca a cuidar do seu jardim.
Logo logo vou buscar o meu salário
nem me ligo na origem do dindin.

Fiz minha lasca  do negócio meio a meio
cumpri o prazo e  carimbei o dito fim.
Nem vem  ter goma de sujeito lesco lesco
chumbo de ouro nem de prata é pra mim.

Não  fugi do  fato feito meio escuro
levo  que quero meu ouro  o meu din din.
Fiz minha parte do negócio meio claro
sua pele nada vale esse é seu o fim.

Quando acharam o corpo jovem já morrido
já decomposto num estado bem ruim.
Certeza era que   Jorge tinha ferido
de vez  pra sempre o gatão do tamborim.

Cumpriu o dito  velho Jorge todo liso
nem foi ligado ao corpo jovem todo morto
Estica o couro do sujeito lesco lesco
dançando um samba enrugado todo torto.

Fazia o credo a Das Dores, quando ouvia. 
"Valei me do jacui santa luzia 
que seja essa só  um história de véio demente."

No jardim o gatão rugia:
No tamborim é couro de gente!
No tamborim é couro de gente!
No tamborim é couro de gente!



( CG 
em conspiração com Jorge Miguel da Conceição)










Um comentário:

  1. Cláudio,
    faremos o Sarau da Casa Amarela de outubro com Sacha como convidado especial e ficaríamos felizes e honrados demais se voce aceitasse o convite para ser o convidado de novembro (o convite para ser o convidado...).
    Um abraço do Akira.

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