14 setembro, 2015

drops de chuva

drops de chuva

dois peixes em nossas línguas refrescando a garganta
entre skates secos sons no cimento premiado do arquiteto maior

tempos antes colheradas de creme sem paixão
enchendo nossas bocas saciadas de arroz e farofa de Belenzinho

sonhamos com sorvetes de limão siciliano nas chuvinhas e
garoas no museu do céu em meio aos raios em Ibirapuera

olhos colados no limpa aguas do vidro do carro à prova
à prova de luz... à prova de simpatias moema afora

apaulistados olhando as rotas gps no celular 4 g
ninho de pássaros turistas rodando sem rush na city
apaulistados rodando sem rumo rindo na chuva
ninho de pássaros olhando gps sem sinal

sampa em feriado escondendo a riqueza de seus museus e
a calda de limão siciliano grafando nosso beijo na segunda feira

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07|09|15

 

13 setembro, 2015

churros

 
Churros
 
roda moinhos inhos  que  circulam um palmo do nariz
mornos, canto fungar no cangote
 
tão pequenos dançando invisibilidade na pele
sedosa em tobogãs levitando sob, ora sobre
farfalhar no organdi das cortinas janeladas
 
depois do palmo nariz  dobrar os sinos em sobretons
de linhas e pontos, sons também nos avessos
 
amor, palavra  indissolúvel na rota soma do existir
no cheiro da alegria em marcas várias do beijo molhado
nos contratempos do farfalhar das cortinas janeladas

circulando abaixo nos avessos das línguas  nos céus
mornos desrefazendo uma renda de prazeres e churros
 
 
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12|09|15