08 junho, 2015

outros tons

outros tons

o cachorrinho anão me olhava dançar na grama,
cara de terráqueo
por certo ouvia os acordes,
atento ao vilão elétrico 
o humano de barba aparada nada olhava,
num transe
por certo ouvia os acordes,
atento ao violão elétrico

a humana meio lânguida, dançava pés descalços
o cachorrinho doméstico recolheu suas sandálias
o sol sumiu no horizonte, o som clareou a noite
o cachorrinho fez xixi na grama do sul

o cantor mudo foi para esquerda,
cruzar os braços e mostrar a língua
o homem abriu os olhos,
o anão sorriu
sorriu outra vez,
comeu uns nacos de grama ao norte,
apenas os que não tinham minhas terráqueas pegadas


cg
07,VI,15.