manhã

feriado

mei'silêncio inSampa

pardais picnicam

Ninho da Coragem

 

Deixo o Retiro Celestial do Silêncio nesta Lua Cheia, agora que o ano já é novo em todos os confins do planeta, embora em nosso tropical paíscontinente do ex- Pau Brasil ainda seja gestação, latência, já que do lado debaixo do equador ainda não se carnavalizamos e o ano cívil do Brasil tenha por preguiça começar depois das lágrimas de porre do pierrô, co'as cinzas.

O silêncio me faz chegar perto do coração do planeta e ouvir a fraqueza de seus fluxos entupidos de lixo no mar, nas ruas, no ar .

O silêncio me faz chegar perto do coração dos homens e ver a burrice corando as faces e a vergonha dentro de seus olhos testemunhar a própria falha trágica danando a ética e sobrevidando a injustiça cotidiana, pequenina, individual e a coletiva.

O silêncio me faz chegar perto do coração das mulheres e sentir o cheiro artificial dos cosméticos seriados em detrimento da beleza, da invenção, da recombinação de todos os sabores tecidos nas liras, nas cangas e no ninar.

Do silêncio volto vivificado extramundano, montado em meu claudicante cavalo cego, feito miragem, herói de litografia Itaituba do RBM no atelier ymagos, senhor do próprio destino a tagarelar em dígitos esta coleção de palavras sem papel. Com a única vontade de chegar perto do seu coração.

Evoé!

 

verão de doismil e doze

cg