29 maio, 2013

umas palavras

tenho etiquetadas uma coleção de palavras
em azuis trouxinhas de nuvens as que já foram passado
tenho enlaçadas uma coleção de palavras mais antigas
distribuídas em caixinhas cinzas aquelas que quase não uso
deixo para a compreensão daqueles leitores futuros
aquelas que começam com os anti e os pós
estão em prefixos sacos feitos de lona que foram criados
originalmente para guardarem cantis de água na última guerra
e afirmo: guardarem água
tenho uma secreta coleção de conchas que guardam palavras
cheias de desagradáveis sentidos e serão ouvidas logo após
a morte de minha vida
serão incompreendidas por todos aqueles que poliglotas
não herdarem as emoções das tintas
existe também uma ou duas linhas de versos poéticos
que guardam zil lindas palavras livres
que se impressam em gotículas salivares sob a língua
& cantam quando beijo
são palavras colecionáveis todas elas
são atléticas, psicopráticas essas palavras: farejo
saltitam entre minha boca,
meus olhos, caixinhas, meus tubos e cadernos, suportes
e borram meus olhos com tintas de seus sentidos,
quando as coloro