18 setembro, 2011

Variações visíveis

"Hoje, já não quero acertar,
Já não quero dormir,
Já não quero sentir.
Hoje, eu não quero me lembrar quem eu sou."

Vinicius Casé de La Sota.


Quando a morte chegou perto de mim
não quis reconhecer sua cara feia
preferi acreditar na amizade
não quis ficar com medo
nem vi a maldade

Quando a morte deu seu sinal
ajustei a manta nos ombros
um drops chupei me esquentei
preferi acreditar no sol
alimentei a coragem de rei

Quando a morte invadiu minhas narinas
já tinha mais que uma boa idéia
não travo o bit do tempo
sinto que a luz encanta
sinto que sopra o vento

Quando a morte passou eu vi
que mais uma vez voltou
dançou seu tango ácido
que meu amigo levou
e findou seu ato trágico

(CG)



2 comentários:

  1. Cláudio,
    Pungente e lancinante, véio.
    Versos magníficos de quem esteve lá e dividiu a dor.
    Um abraço do Akira.
    ET: Vou roubar esse poema e publicar no meu blógue também. Se quiser poecessar-me, esteja à vontade.

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  2. Meu caro Akira:

    ...por vezes o poema é uma herança que me gustariamucho não merecer !
    ...não lhe destituirei do cargo de Embaixador...nem lhe processarei por que nem confio tanto assim nas leis dos homens !
    ...pelo sim pelo não cumprirei prisão na metáfora eterna.

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