30 março, 2011

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 vizinhos do Jardin des Roses


nunca foram gêmeos
embora cada qual portasse suas pedras em formatos distintos
sorriam com a mesma chuva
desconfiavam da vizinhice nas joanetes das joaninhas

O, das pedras que foram pó
depois tablete de concreto moldado aparabundas
entre cinzeiros
viu-se no espelho da vitrine
feito desenho de bonsai xx
de poucas flores
nas margens: o alto Jardim Fumaçado

receptáculos encarnados de sobra de beijos
e chupões nos tabacos legais letais ou
a "Triste história da árvore que não vai aprender a fumar"
e ficará gemendo eternamente feito o corvo do poeta,
seu monótono contraponto:

retiire-se de meu canteiro retire-se de meu canteiro
retire-se de meu canteiro Vá pitar noutro terreiro!
Vá pitar noutro terreiro ! retire-se de meu canteirooo

quando a luzes do teatro a céu aberto se apagarem
as estrelas partirão aplaudindo
a estréia das mariassemvergonha
no pequeno Jardim Enjaulado do hospital em frente

cantarão as Rosas,
As Matinaes Paulisthãnas,
no contrapasso dos pardais?

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